por Helton Gomes
Se já dá para chamar táxis e até motoboys por aplicativo, em breve, o ato de pedir carona será o próximo a ganhar seu app específico no Brasil. O Zaznu chegará dentro de dois meses para estrear no país a tempo do Carnaval de 2014.
Os pontos de partida serão Rio e São Paulo, conta Yohathan Faber, um dos cofundadores da empresa que desenvolve o app. Depois, a cada mês, a atuação será expandirá a duas cidades que serão sede da Copa do Mundo até chegar a todas as dez. No momento do lançamento, as plataformas iOS e Android serão contempladas.
O nome estranho é algo como “partiu” em hebraico, escolhido para dar um caráter internacional ao app, pois a empresa tem planos de exportá-lo para outros países.
Fora algumas novidades, o app transporta para o Brasil o modelo de pedir caronas pelo celular que já funciona nos Estados Unidos, onde o Lyft é sensação. O Zaznu funcionará assim: o interessado numa carona informará o ponto de destino e um dos motoristas cadastrados que estiver por perto o apanhará.
“No Facebook, já há vários grupos de carona. Só não existe um jeito de ‘monetizar’ isso para as pessoas que estão dirigindo”, diz Faber. E a remuneração dos motoristas será feito por meio de doações –como não são uma empresa de transporte, seria ilegal cobrar pelo serviço, diz o executivo.
“O nosso serviço sairá 20% mais barato que um táxi”, promete. Ele estima que os motoristas consigam entre R$ 45 e R$ 60 por hora. Os caronas farão o pagamento pelo próprio app. (Clique aqui para ser motorista e aqui para ser passageiro).
Novas relações
Até agora, quase mil motoristas já se cadastraram para oferecerem caronas em 36 cidades. “A gente recebeu registro até de cidade onde não vai operar.”
Como é uma carona e não apenas uma corrida de táxi, o Zaznu tentará promover uma integração entre motorista e passageiro. Como ambos se conectam ao app por meio do Facebook, o sistema terá acesso às preferências (musicais, culturais etc) e à lista de amigos de cada um.
“Quando [um passageiro] fizer um pedido, o Zaznu vai tentar encaixar quem tem interesses similares e vai tentar conectar com motoristas que tenham amigos em comum”, diz Faber. “Vamos tentar transformar isso em uma experiência prazerosa.”
“A gente quer que as pessoas se conheçam. Novas relações podem surgir disso”, conta, dando o exemplo dos EUA, onde até casal já foi formado após uma carona.
Para que haja confiança entre passageiro e motorista, todos os dados de um e de outro serão colhidos na hora do cadastro. Além disso, o Zaznu terá um sistema de avaliação de quem estiver ao volante e de quem estiver no carona. “O que conta é a reputação da pessoa. Se der pouco dinheiro, vai receber poucas estrelas. E ninguém vai querer dirigir pra esses caras.”
Depois de chegar à praça, quando estiver consolidado, o plano do Zaznu é aceitar Bitcoins como pagamento.